Tudo começou com uma palavra dita à Nazaré por sua amiga: “Por que não montar uma clínica de estética?” Porém, mesmo não tendo muitos recursos financeiros na época, Nazaré começou a fazer o planejamento de sua clínica.
Já a 16 anos na área de estética Nazaré passou por muitos desafios, na época ela havia engravidado e decidiu parar com a estética para se dedicar a sua filha, nascida prematura, que demandava bastante cuidado. Foram cinco anos em casa cuidando da menina e durante esse tempo Nazaré começou a trabalhar com confecção para ajudar em casa.
Muito tempo se passou enquanto ela trabalhava com confecção, até que suas dívidas começaram a ultrapassar seus lucros. Se vendo nessa situação, Nazaré decide então voltar para a estética. Logo ligou para a pessoa que vendia macas e disse que queria comprar uma maca e então começou a ligar para suas antigas clientes, avisando que iria voltar a atender.
Nazaré fez um acordo com o vendedor de macas, pedindo que ele esperasse um pouco enquanto ela fazia os atendimentos e assim completasse o valor da maca.
Quando tomaram conhecimento dos atendimentos de Nazaré, suas clientes esboçaram grande felicidade e receptividade, tanto que, em um mês já não haviam mais horários vagos para atendimento.
Com o início dos atendimentos, a amiga de Nazaré lhe fez a pergunta, que lhe motivaria a colocar o seu sonho em prática “Por que não montar uma clínica de estética?”, Nazaré respondeu que não tinha recursos mas recebeu a seguinte resposta “Amiga, você tem sim, começa a colocar isso no seu coração.”
Com essa palavra, Nazaré retornou pra casa já pensando em como fazer esse sonho acontecer, então ligou para sua prima que tem um estúdio de pilates e ela logo a convidou para o seu espaço.
A sala onde Nazaré começou tinha em torno de cinco a sete metros quadrados, só cabiam uma maca e uma mesa de avaliação. Nazaré era obrigada a levar sua filha consigo, por não dispor de alguém para tomar conta, e muitas das vezes a menina dormia em uma cadeira, por não ter uma maca disponível, fato que faz Nazaré se emocionar ao lembrar.
Desde esse tempo, Nazaré já tinha a mentalidade de se destacar, trabalhar com diferencial, seguindo a filosofia de dar a seus clientes muito mais do que gostaria de receber.
Com um mês de funcionamento da clínica, até mesmo os clientes que ela atendia a domicílio, antes relutantes de ir até a clínica, agora a acompanharam. Assim ela começou a ver a necessidade de ter mais uma maca, porém o espaço não permitia. Logo, uma cliente a disse que havia uma sala para alugar, e assim Nazaré parte para essa outra sala, mais espaçosa.
Antes mesmo de fazer essa transição de espaço, Nazaré havia contratado outra profissional para lhe ajudar com os atendimentos, e essa profissional a acompanhou durante essa transição, e assim foram adquiridas mais duas macas, cada aquisição trazendo grande alegria a Nazaré ao ver o crescimento de sua clínica.
Assim estavam dispostas duas macas, uma para Nazaré e a outra para a outra profissional realizarem seus atendimentos, já a terceira ficava preparada para que, quando o cliente chegasse, já tivesse uma maca preparada a sua espera, como planejou Nazaré.
Ali nesse espaço, Nazaré achou ter chegado ao auge, que não haveria mais margem para crescimento. Contudo, em três meses de funcionamento, já não haviam mais horários nem para Nazaré, nem para a outra profissional.
Um desafio enfrentado foi o fato de a clínica levar o seu nome, assim às vezes direcionar um cliente à outra profissional se mostrava um desafio, mas mesmo assim ambas passaram juntas e obtiveram êxito.
Mas com o crescimento da clínica, Nazaré viu a necessidade de contratar mais profissionais, contratando de uma vês quatro novas profissionais, assegurando que as conseguiria clientes se as mesmas mantivessem o padrão Nazaré Santos de atendimento.
Com oito meses de funcionamento da clínica, Nazaré começou a estudar o espaço vendo onde poderiam encaixar mais macas, e assim fazendo a aquisição de mais 3 macas. Porém, logo veio a necessidade de ir para um lugar mais espaçoso, e isso levou ao espaço que nos encontramos atualmente.
De uma maca, passamos a vinte. De apenas a Nazaré atendendo os clientes, agora somos vinte profissionais, capacitadas a lhe oferecer o melhor do atendimento nos padrões Nazaré Santos. E seguimos em direção ao futuro, sempre visando o crescimento e a melhora no atendimento para nossos clientes.
FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ
UNIVERSIDADE DE FORTALEZA
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
MÔNICA MORAES DE OLIVEIRA
ORIENTADOR(A): ROSANGELA ANDRADE PESSOA
ENTREVISTADO(A): NAZARÉ SANTOS
1. Como você criou o seu próprio negócio?
Criei a partir de muita coragem, determinação e fé.
2. Que pessoas/empreendedores a inspiraram?
Dra. Fernanda da Cosmobeauty e Flávia Medeiros são duas empreendedoras que admiro muito.
3. Alguém da sua família foi ou é empreendedor?
Sim.
Nasci em um lar onde os meus pais eram empreendedores.
4. Como a empreendedora encontrou a oportunidade?
Através da minha vivência clínica e estudos fui adquirindo experiência.
Aprendi com os meus erros e acertos do dia a dia e hoje com uma melhor condição, estou constantemente em busca de conhecimento. O bom profissional está sempre se reciclando através de especializações e cursos na sua área. Dessa forma EU faço as oportunidades.
5. Você acha que influencia pessoas a se tornarem grandes empreendedores?
Sim. Sempre que posso compartilho da minha experiência com outras pessoas que querem colocar o seu próprio negócio e auxílio no seu crescimento profissional. “O sucesso só é completo quando compartilhado.” Empreender é ter coragem, disciplina e determinação. Como dizemos no “bom cearensês”, é muito sangue no olho.
Visão de Águia.
6. Que experiência de trabalho você teve antes de abrir o seu próprio
A experiência que tive foi a vivência com os meus pais. Aprendi que se pode começar ainda pequeno. Me ensinaram que para nos tornarmos grandes precisamos de Perseverança e Fé. Isso faz toda a diferença.
7. Quais são suas forças e fraquezas?
A minha força vem de nunca pensar em parar ou desistir. Saber que hoje existem mais de 30 pessoas vinculadas a nossa empresa é algo magnífico. Saber que contribuímos com suas rendas familiares me faz nunca pensar em desistir, afinal tenho a missão de crescer e contribuir para a vida de todas essas pessoas que estão ao meu lado.
Não procuro ter fraquezas, porém se é para mencionar algo coligado a esse adjetivo, posso dizer que o não atingimento mensal da meta da empresa deixa-me, naquele momento, um pouco atenuada, porém muito rápido e passageiro esse sentimento, afinal, o mês posterior já começou e não tenho tempo a perder com lamentações.
8. Que educação formal você teve? Foi relevante para o seu negócio?
Tenho formação em Estética e para mim foi altamente assertivo, pois é uma área onde devemos amar pessoas e isso é realmente um dos meus lemas. E a nível de negócio o que sempre é relevante para mim, são os vários cursos de empreendedorismo que fiz, que faço e que sempre farei para sempre me manter atualizada em gestão. Sinto que tenho na minha veia o sangue de negócios, porém além do dom, temos que associar o dom a busca de conhecimentos para estarmos bem capacitados diante desse mundo moderno de hoje. Dom + esforços precisam caminhar juntos.
9. Como você avalia sua oportunidade?
Avalio como algo sobrenatural do céu.
Deus sempre me direciona em todas as minhas escolhas e experiências. Tudo é sempre muito bem pensado. Por isso nunca me falta coragem para executar.
10. Você já teve sócios?
Nunca tive. No entanto há mais de um ano consegui trazer para o meu lado meu esposo, o qual toca o negócio atualmente juntamente comigo.
11. Você acredita que sócios podem complementar suas habilidades para tocar o negócio?
Com a vinda do meu esposo para trabalhar junto comigo. Fiquei mais tranquila sim. Com a divisão de tarefas entre eu e ele, fiquei mais livre para pensar na melhor gestão, melhores ideias para levar sempre excelência aos nossos atendimentos.
12 .Que recursos (econômicos/financeiros) você precisou para implementar o seu negócio?
O meu investimento financeiro inicial foi o trabalho, a minha primeira maca foi fruto do meu suor. Posteriormente, os cursos dos quais me especializei foram também fruto do meu trabalho inicial e através desses cursos eu ampliei o leque para os atendimento domiciliares. Depois esses atendimentos me levaram ao meu primeiro espaço físico.
13. Onde e como você obteve estes recursos?
Através do meu próprio trabalho diário com grande centralização nesse crescimento.
A cada atendimento ia investindo em profissionalização e no melhor atendimento para os meus clientes.
14. Você tinha um plano de negócios? Se não, fez algum tipo de planejamento?
Sempre tive plano de negócios em minha vida, inclusive sou ainda praticante do planejamento no papel. Acho de suma importância todo o planejamento pois a partir dele, juntamente com os nossos esforços, podemos alcançar as nossas metas.
15. Quando você obteve seu primeiro cliente?
Meu primeiro cliente no espaço físico adquiri através dos meus atendimentos domiciliares.
16. Qual foi o momento mais crítico no início do seu negócio ou mesmo depois da criação dele? Como foi superado?
Todos os dias encaro a vida como um desafio.
Tenho metas a cumprir em delegar, capacitar e treinar pessoas. O ponto mais crítico foi o fato de ser tudo muito novo para mim naquele momento.
Mas aos poucos fui aprendendo a lidar com as adversidades e hoje me sinto muito mais capacitada.
17. Qual foi o momento de maior satisfação?
Crescer e contribuir é uma grande satisfação. O momento de maior satisfação foi quando contratei a minha primeira profissional, vi o time crescendo e evoluindo. Me vi genuinamente grata a Deus por ter me confiado tamanha responsabilidade. Eu era sozinha e hoje somos 30 pessoas trabalhando com guarra e determinação. Outra grande satisfação foi quando sai de um espaço de 30m² para um espaço de 60m². Hoje estou em uma clínica com pouco mais de 200m².
18. Qual é o lado positivo de ser empreendedora? Existe um lado negativo? Qual?
O grande ponto positivo é você ver várias pessoas crescendo e realizando os seus sonhos dentro da empresa que Deus te deu para gerir. O negativo são alguns desgastes que porventura apareçam. Mas esses mesmos desgastes te impulsionam a ser cada vez melhor. Faz parte do negócio.
19. Como a carreira como empreendedora afetou sua vida pessoal?
Costumo falar que não podemos separar a família da empresa. Todo tem que estar envolvidos. Assim superamos a ausência. Tudo se trata de aprender a gerenciar. O bom empreendedor precisa saber gerir seu tempo. O equilíbrio é essencial.
20. Você faria tudo novamente?
Faria quantas vezes fosse necessário.
E faria exatamente igual.
Tudo isso me trouxe experiência e crescimento profissional. Me transformando na empreendedora que sou hoje.
21. Que conselhos você daria a uma pessoa que quer se tornar um empreendedor?
Se tornar um empreendedor é ter coragem, determinação e foco para enfrentar os obstáculos e desafios. Honrar com os compromissos e com as pessoas que trabalham com você é sinônimo de crescimento. Empreender é saber valorizar cada passo desse crescimento.
Enfrente sem medo .